Quanto custa uma ideia, um
pensamento, uma linha de raciocínio? Penso que vale muito, mas tenho visto, e
isso não é novidade para ninguém, que a cada dia que passa tem perdido seu
valor.
Quando falamos de leitura e
escrita, isso fica bastante evidente. Há quatro ou cinco décadas, as pessoas
faziam o antigo primário – do 1º ao 4º ano -, às vezes nem concluíam e já
sabiam ler e escrever. Faziam negócios até, quando adultos e eram bem sucedidos.
Hoje vemos jovens no Ensino Médio, ou mesmo na faculdade assassinando a Língua
Portuguesa, por preguiça, por desleixo, por falta de vontade. Não gostam de ler
e muito menos de escrever, com isso seus comentários, sobre os mais variados
assuntos, são vazios, superficiais, com pouco embasamento.
Essa queda de valores também pode
ser notada nas músicas, antes tão bem elaboradas, hoje, em sua grande maioria
tão sem conteúdo, e mesmo assim agrada muitos dos jovens citados acima.
E quanto à literatura, o que podemos
dizer? Temos bons livros, assim como bons escritores, porém a leitura em nosso
país ainda tem um índice bastante baixo. O foco hoje fica nas leituras rápidas:
jornais, revistas, internet. As leituras são superficiais, sem aprofundamento,
sem avaliar a situação, sem formar uma opinião. Compra-se uma ideia e vende-a
da mesma forma, sem atribui-lhe valores.
Um dos motivos que leva as
pessoas a agirem assim é sem dúvida a agenda cheia. Cada dia mais as pessoas se
ocupam das mais diversas atividades, saem de casa cedo e retornam apenas a
noite, ou quando muito passam pela sua moradia para se alimentar ou se aprontar
para outra atividade.
É com pesar que vemos este quadro, da
desvalorização das ideias. Ao invés de avançarmos, temos um retrocesso. Podemos
mudar este cenário, com muito esforço, acredito que sim. Para isso, creio, é
preciso uma grande campanha de conscientização com as famílias, um trabalho
enfatizado nas escolas, uma mudança de postura da sociedade como um todo.
Podemos passar a presentear as pessoas com livros. Incentivar a realização de
feiras e trocas de livros, assim como uma biblioteca itinerante e muitas outras
ações, que podem começar pequenas e se tornarem grandes.