Eu e
minha família morávamos em Rancharia, interior de São Paulo, meu pai “tocava”
uma roça para o nosso sustento e todos os filhos trabalhavam para ajudar. Eu e
minha irmã mais nova fomos as duas únicas que não trabalhamos na roça, pois
éramos muito pequenas, cheguei em Americana com apenas seis anos.
A
primeira pessoa que veio para Americana, de minha família, foi minha irmã mais
velha a Marilene, isso porque meus pais tinham compadres em Americana e falavam
de melhores condições de vida.
E
foi justamente isso que aconteceu, depois de uma longa viagem de trem chegamos
a esta cidade grande, desenvolvida. Logo os meus irmãos mais velhos (éramos em
um total de oito) arrumaram emprego em tecelagens, na época, anos 70, o setor
têxtil estava em pleno desenvolvimento.
Era
outra vida, menos sofrida. Foi em Americana que todos nós estudamos e buscamos
melhores condições de vida. Alguns se casaram, constituíram família e o número
foi aumentando, com a chegada dos genros, noras e netos. Foi nesta cidade
também que construímos nossa casa, uma bela casa na Vila Biasi.
Em
uma casa com muitos filhos, uma família grande, com dez pessoas, não foram poucas
as vezes que aconteceram desentendimentos. E lá estava a figura de minha mãe
que tinha a doce função de apaziguar sempre. Ela era uma mulher robusta, uma pernambucana
brava, mas ao mesmo tempo uma mulher sem igual na luta por criar seus filhos e
passar os melhores conceitos sobre moral e bom costume. Foi esta cidade, que
nos acolheu com tanto carinho, que fui criada, educada, ensinada, por tantos
professores. Só temos a agradecer.