sábado, 22 de junho de 2013

A semente do bem

Poderíamos sair por ai a procura de uma semente do bem para implantá-la nos corações das pessoas e assim transformar nosso mundo, hoje, tão cheio de maldade, egoísmo e violência. Mas, fiquei pensando, onde estão essas sementes? Estão nos corações de muitas pessoas. Algumas já predispostas a fazerem o bem ao próximo, sendo o próximo alguém bem próximo mesmo, como um membro da família ou um amigo querido, ou o próximo que está ao seu lado, sem nenhum grau de parentesco ou intimidade.
Algumas pessoas mesmo tendo essa sementinha que chamamos aqui de semente do bem, temem em cultivá-la, fazê-la crescer e compartilhar seus frutos com outros. Isso por insegurança, por medo mesmo, pois estamos o tempo todo com medo dos que estão próximos.
Olho ao redor para ver se encontro, mas parece algo bem raro, cada dia mais difícil de ser encontrada. Como acontece com algumas espécies de animais: está em extinção. Olhamos para os corações das pessoas e seus reflexos nos comportamentos, mas o que vemos são pouquíssimas atitudes de bondade sincera. Como diz um conhecido é “tudo interesse e necessidade”. Triste realidade.
O que acontece com nós seres humanos? Ultimamente até no relacionamento próximo, na família, o fazer o bem tem desaparecido. É claro que estou generalizando, e toda regra tem sua exceção, mas as pessoas não estão mais ou pouco estão interessadas em seu próximo. O que nos leva a este esfriamento, a falta de zelo com o próximo e o individualismo?
Por conta disso devemos louvar as atitudes de pessoas que se envolvem e contribuem, seja com trabalho, ou de alguma outra forma, com entidades filantrópicas, em campanhas que visam apenas auxiliar as pessoas, ou mesmo animais, ou uma causa específica em prol da coletividade, aqueles que estão dispostos “ainda” a estender as mãos.
Posso dizer que tenho o prazer de auxiliar em alguns destes trabalhos, muito pouco, mediante a amplitude do que pode ser feito. Mas é prazeroso sim, poder de alguma forma estender as mãos e ajudar alguém.
Se tivéssemos um punhado de sementes do bem poderíamos sair por ai plantando. Jogando ao vento, para serem espalhadas por todos os lugares do planeta.
Mas é aquela velha história: cada um dá o que tem. Então, que as pessoas que ainda tem esta semente do bem, possam dar mais e mais carinho, atenção, bondade, auxílio ao próximo, assim as pessoas que recebem, com o tempo, também passarão a dar. E quem sabe, o ciclo se torne tão grande, que a situação um dia poderá ser revertida, ou seja, se apresente muito diferente do hoje.

Um comentário:

Mauro R. Moretto disse...

Muito bom Mari. Lendo o seu texto, lembrei-me do Sermão da Sexagésima, do Padre Antonio Vieira. O que vemos hoje é o distanciamento de princípios e valores, que leva as pessoas a 'endeusarem' o capitalismo e se voltarem para individualismo. O resultado é isso que vemos...infelizmente. Parabéns pelo texto, e mais ainda pelas ideias.